As bem-aventuranças (Parte III)

 

Exposição do Sermão do Monte

O Sermão do Monte, também chamado de Os Estatutos do Reino foi o primeiro de alguns ensinos aos quais Jesus Cristo propagou em Seu ministério. Aqui há uma reunião entre o Mestre e seus discípulos, todavia, é bom esclarecer que discípulos nesse momento do ministério de Cristo não condiz apenas com seus apóstolos, mas sim, deve ser entendido como todos os seguidores de Jesus Cristo.

O Sermão do Monte, traz de uma maneira sutil, um estilo de vida que o Rei Jesus quer que seus súditos (discípulos) vivam, já que no início do Sermão do Monte o discipulado de Jesus com a multidão já é algo real.

Assim, começam-se todas essas instruções com as Bem-Aventuranças, onde bem-aventurado é alguém feliz com uma felicidade transcendental ao que participamos nessa vida terrena. Essa felicidade vem do alto; vem de um reino não humano, de um rei não humano; mas de um reino sobrenatural onde o Seu Rei é divino: Jesus Cristo!

Você e eu temos experimentado essa felicidade? Sim! Não? Após esses estudos das bem-aventuranças nós poderemos responder às essas questões de forma honesta e convicta, e se, de antemão, se sua resposta for não, temos a chance de através do Espírito Santo conhecer essa bem-aventurança nos ensinada pelo Rei da glória (Salmos 24.10).


Bem aventurados os mansos, porque herdarão a terra (Evangelho de Mateus 5.5)

Essa bem-aventurança, faz de Cristo, um exímio conhecedor da Tanach¹ e ainda um ótimo Teólogo, baseando-se no Salmos 37, como podemos observar nos versículos abaixo:

Salmos 37.7-8: "Descansa no Senhor e espera n'Ele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios. Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso acabará mal";

Salmos 37.11:"Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz";

Salmos 37.16: "Mais vale o pouco dos justos, do que a abundância de muitos ímpios";

Salmos 37.25: "Fui moço, e já agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência mendigar o pão";

Salmos 37.34a: "Espera no Senhor, segue o seu caminho, e Ele te exaltará para possuíres a terra".

Vemos então uma mansidão ao qual Cristo proclama ser sinônimo de paciência, temperança, fé e esperança. Esse Salmos tem como tema a sabedoria; e seu foco maior é de que o justo será abençoado, especialmente pela posse de terra (vv. 3; 9; 11; 22, 29 e 34). O v. 3 introduz a palavra terra e conforme no Antigo Testamento, a terra pertence ao Senhor (Levíticos 25.23) e é d'Ele para lotear a quem quiser.

Aqui ainda, contextualizando com a bem-aventurança dos pobres de espírito, temos também o termo pobre, onde na LXX² pode ser traduzido como subjugado ou oprimido. Portanto, mesmo que a demora é algo constante para alcançarmos o objetivo, devemos sempre esperar, ter mansidão com Cristo, pois mesmo que nós achamos por tardia esse objetivo, Cristo não retarda a Sua promessa, mas sim é longânimo conosco (2 Pedro 2.9).



Após Cristo dizer essa bem-aventurança, mais à frente ainda no Sermão do Monte, pede para que nós aprendamos com Ele que é manso e humilde de coração (Evangelho de Mateus 11.29). Há um ato profético nessa bem-aventurança, proferido por Zacarias:

"Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que aí vem o Teu Rei, Justo e Salvador, Humilde, montado em um jumento. num jumentinho, cria de jumenta" (Zacarias 9.9).

Temos então a palavra profética da vinda do Rei, do Libertador, o Messias, que além de ser tudo isso é justo e humilde de coração. Onde a mesma palavra, do grego, na LXX², para esse versículo de Zacarias praus³ também é usada no Evangelho de Mateus 5.5.

Portanto, devemos ser mansos para com o próximo, devemos ser mansos perante Deus e confiando n'Ele. O manso não deseja exercer violência, seja física ou verbal com o seu próximo. Também o manso não deseja exercer a violência de Deus para conseguir o que deseja como nos é ensinado pelo versículo abaixo:

"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não assemelheis, pois, a eles; porque Deus o vosso Pai, sabe o que tendes necessidade, antes que lhes peçais" (Evangelho de Mateus 6.7-8).

Aceitemos o tempo de Deus, não como fracos, mas sim nos passos de Cristo, que é manso e humilde de coração, porquanto é descrito no Evangelho de Mateus 21.5 que se cumpre a profecia de Zacarias citada acima; o Rei da glória, entrou em Jerusalém montado em um jumentinho.


CONCLUSÃO

A maturidade espiritual do cristão é gradual; antes somos levados a sermos pobres de espíritos; para então chorarmos aos pés do Reis dos Reis para assim, aprendermos com Ele como ser manso e humilde de coração. O espírito do homem (ser humano) nos leva ao pensamento antropocêntrico e nos distancia de Deus; nos faz sermos melhores por nós mesmos, nos fazendo ter o pensamento de que somos capazes de levarmos nossas vidas e problemas com a força de nosso próprio braço. Na verdade, o que devemos fazer é esquecer quem somos e o que já fizemos, para sermos como Ele e fazermos do jeito que Ele fez; só assim realmente seremos humildes e mansos.

"Os justos herdarão a terra e nela habitação para sempre" (Salmos 37.29).


Tanach¹: É a coleção dos textos sagrados utilizados pelos Israelitas; é a composição usada pelos cristãos como Antigo Testamento.

LXX²: Também conhecido como Septuaginta (Os Setenta) é a tradução dos textos hebraicos e aramaicos do Antigo Testamento (modelo cristão de mencioná-lo) para o grego koiné efetuado por setenta e dois escribas em meados do SÉC. III.

Praus³: Termo transliterado do gr. πραυς que significa gentileza, bondade de espírito, humildade.
















 

Comentários

  1. Muito bom a estrutura dos textos mencionados, Deus abençoe sempre sua vida

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  2. Amém Deus continua te abençoando textos muito valioso eu fico muito feliz de aprender com vc

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