O Novo Caráter em Cristo (Parte I)

       



Para quem ouve o Evangelho de Cristo e O aceita como único e suficiente salvador; tem uma condição de novo nascimento assim como o próprio Cristo diz à Nicodemus no diálogo registrado no Evangelho de João 3.3-8; o nascer de novo é um dos primeiros passos de uma nova vida em Cristo onde esse agora recém nascido cristão terá em sua caminhada.  Vejamos abaixo alguns desses passos:

Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era homem íntegro, reto, e temente a Deus e desviava-se do mal (Jó 1.1).

Então disse o Senhor a satanás: Observaste meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal (Jó 1.8).

Nossa personalidade é o conjunto de qualidades que define a nossa moral como indivíduo. A nossa personalidade vai progredindo conforme o ambiente em que vivemos; os conceitos sobre moral e ética; o conhecimento empírico adquirido e nossa maneira de socializar-se. Através de nossa personalidade é que formamos nosso caráter, de cunho fixo e pouco mutável. A etimologia da palavra caráter vem do grego kharatër, êros que significa sinal gravado ou marca.

No primeiro verso do poema que fala sobre Jó é dito pelo poeta sobre a sua integridade; sobre o seu caráter. Nosso caráter é importante do ponto de vista que é observado pelo nosso próximo; porque se somos imitadores de Cristo então temos que manifestar a pessoa d'Ele em nossas vidas.

Já no diálogo de Deus vemos o próprio Senhor definindo o caráter de Jó. Ele era íntegro e reto; não um homem sem pecados, essa é uma característica que dificilmente teremos; porém seu caráter era maduro e pleno; e sua conduta reta. Ele era temente a Deus e procurava se desviar do mal; todas essas características faziam parte do caráter de Jó e o Senhor a quem ele servia era visto através dele.

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me (Evangelho de Mateus 16.24).

O ponto inicial para se obter um novo caráter em Cristo está praticamente resumido nesse versículo acima; para ter algo novo, precisamos deixar o que é velho. O apóstolo Paulo reafirma esse nascer de novo em 2 Coríntios 5.17 onde há a necessidade de termos uma vida em Cristo e por quê não dizer ter um caráter em Cristo. 

A auto renúncia tem sua importância porque é onde deixamos o velho eu; todo o egocentrismo que achamos e duvidamos não termos; devemos renunciar o que  somos e vou além; renunciar a importância que temos e a partir desse novo nascimento, onde, somos, nada menos, e não digo no sentido pejorativo, do que discípulos e servo daquele que nos libertou e no chamou através do Seu evangelho. Ter esse tipo de renúncia, juntamente com todos os problemas antigos e atuais e seguir Cristo é o novo nascimento e também o princípio da construção de um novo caráter, este agora sendo em Cristo.

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia (2 Coríntios 4.16).

É um fato que desde a queda do homem no princípio que temos uma decadência exterior. Decadência essa que nos consome sendo atribuído à vontade da carne. O apóstolo João em uma de suas cartas (1 João 2.16) nos transmite os três pecados que aconteceram no Éden e acontece também nos dias de hoje que são a concupiscência da carne; o fruto proibido era bom de se comer, a concupiscência dos olhos; o fruto era agradável aos olhos, e a soberba da vida; desejável para dar entendimento e assim ser igual a Deus (Gênesis 3.5). 

Contudo, em contrapartida, em Cristo nós temos uma renovação interior que se é renovado diariamente assim como a Sua misericórdia (Lamentações de Jeremias 3.22). Há um processo contínuo de nossas vidas em relação à vida de Cristo que consistem em uma recepção diária de recursos espirituais que sem eles não poderemos alcançar o novo caráter em Cristo.

Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei do corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, afim de que demos frutos a Deus (Romanos 7.4);

O que diremos pois? É a lei o pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás (Romanos 7.7);

Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum, e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero esse eu faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não o faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus (Romanos 7.18-22).

O pecado pode nascer em nossa mente de forma imperceptível, algo pequeno e sem valor, e é através da lei que nós descobrimos o que é pecado; o que é transgressor.   O corpo de Cristo mencionado no versículo quatro é o corpo que foi levado para a cruz. Com a morte de Cristo nós também morremos, com a sua ressurreição nós também renascemos; não mais com o velho eu e sim uma nova criatura; um novo ser. 

Devemos entender a batalha literal entre o eu e o em minha carne (18-22); Quando o apóstolo Paulo cita essa batalha ele atribuí o eu à lei que é boa; já o outro eu que é chamado de minha carne nos faz confundir o querer do homem interior abastecido pelo Espírito Santo com nossa razão e entendimento.

Para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder do Espírito no homem interior (Efésios 3.16).

Aqui o Apóstolo Paulo enfatiza em sua oração o desejo e necessidade de fortalecimento espiritual por meio do Espírito Santo; essa sem dúvida é uma das maiores experiências cristãs que temos, pois, ser cheio do Espírito Santo ocorre em nosso homem interior, no meu e no seu eu; no mais íntimo de nosso ego. Aqui a nossa renovação em Cristo é estendida ao ponto de estarmos n'Ele; no próprio Cristo.

Continua...



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